Societate Speculu

sexta-feira, janeiro 19, 2007

Requiem por Fidel Castro

Do assalto ao quartel de Moncada, a Kennedy e à baía dos Porcos, algumas décadas passaram e muitíssima coisa mudou no mundo.
Kennedy assassinado. Em Cuba, a ditadura. A baía dos Porcos, esquecida.
Caiu o muro de Berlim, a URSS colapsou...mas Cuba não mudou.
Não me cabe julgar o ditador Castro - a história fá-lo-á; cabe-me sim, na qualidade de ser humano, enaltecer o povo que com tanta abnegação tem suportado a fome no corpo e no espírito.
E Cuba não mudou, não por falta de vontade política das potências Anglo-Saxonicas, mas pela insistência de um "comandante en chefe" em manter extremadas e anacrónicas posições que, se ponderadas friamente, não teriam nenhuma razão de ser, à luz da conjuntura actual.
Estavamos errados, todos nós, quando pensávamos que o regime de La Havana não sobreviveria à falta de dotações provindas da extintaUnião Soviética.
Mas agora o cenário difere...se há anos faltam meios e dinheiro, a breve trecho faltará o Líder.
Não é de bom tom discutir pormenores do funeral de quem ainda se encontra entre nós. Mas também não foi de bom tom prender, mandar matar ou exilar a oposição à ideologia castrista.E o que me parece é que o fim de Castro será igualmente o fim da Cuba Comunista, esse anacronismo histórico, que não tem razão de existir, nos dias de hoje.
Se se falasse de uma ilha xiita à beira de Miami, Florida, enfim, eu ainda perceberia que tivesse algum peso no posicionamento estratégico das facções bipolarizadas da beligerância actual.
Mas sejamos realistas, deve a comunidade internacional , depois da passagem de Castro, continuar a fechar os olhos à violação de direitos humanos, a fim de que alguns, para sua volúpia continuem a dispor de uma colónia de férias onde, fora dos muros dos hotéis só existe miséria?
Vai em paz(na que te for possível) Comandante Fidel.