Societate Speculu

segunda-feira, maio 22, 2006

Sport TV alerta para proibição exibição pública do Mundial de Futebol [Actualização]

«A Sport TV confirmou hoje à agência Lusa ter alertado várias entidades para a proibição de exibir publicamente os jogos do Mundial de Futebol 2006, que vai decorrer na Alemanha a partir de 9 de Junho.Segundo explicou fonte oficial daquela estação, "os direitos de transmissão televisivas foram comprados pela Sport TV e pela SIC, mas a Sport TV comprou todos os direitos de exibição pública". O que quer dizer, acrescentou, "que os jogos transmitidos pela SIC também não podem ser exibidos publicamente" em ecrãs gigantes colocados na rua ou em estabelecimentos comerciais como bares e restaurantes. Ressalvando não saber como será feito o controlo pelo canal codificado do desporto, a mesma fonte admitiu que esta decisão do conselho de administração do canal "visa sobretudo evitar as acções [de exibição pública] que estão a ser preparadas por muitas juntas de freguesia". "A Sport TV não quer entrar em guerras com ninguém mas também não quer ser prejudicada", concluiu.»
PMC.
Lusa/Fim

Lisboa, 21 Maio


Se a memória não me engana, a fase final do Campeonato Mundial de Futebol de 2002, realizado na Coreia e no Japão, teve como mote, o “boom” das transmissões em locais públicos, umas das transmissões que presenciei, foi no Parque das Nações no écran gigante da Sony, o gorado jogo entre as selecções de Portugal e Coreia, e teve como patrocinador a própria Sport Tv, que quatro anos depois já não é do seu interesse, que esses mesmos espaços, que serviram de publicidade ao canal, agora já não sirvam os interesses económicos da estação.


Relembro, que a fase final do Campeonato Mundial de Futebol de 2002, foi a primeira que a estação pública de televisão, RTP, não transmitiu na sua totalidade, transmitindo apenas os jogos da selecção portuguesa, os quartos de final, uma meia-final e final, tendo a Sport Tv, comprado os direitos de transmissão e posteriormente ter negociado com a RTP.
Nesse mesmo ano, e nesse espaço temporal em que a selecção nacional de futebol esteve envolvida nesse Campeonato, as subscrições ao canal Sport Tv, não diminuíram, antes pelo contrário, viram nesse período um grande crescimento.
Neste caso, a transmissão em locais públicos dos jogos do Campeonato do Mundo, não foi e nem será prejudicial à estação, e esta proibição, é senão, um acto de arrogância, por parte dos patrões do canal.

Pois quem afirma que a proibição da transmissão "visa sobretudo evitar as acções [de exibição pública] que estão a ser preparadas por muitas juntas de freguesia", é de quem não conhece a lei portuguesa, repito, lei portuguesa e de uma insolência já mais vistas.
Estarão as juntas de freguesias a arquitectar um plano para rapinarem clientes à Sport tv e assim prejudicar o negócio do canal?!
Francamente não me parece!

João Pinheiro da Costa

[Actualização]

«A Sport Tv está a enviar cartas aos assinantes do canal a avisar que, por imposição da FIFA, a transmissão dos jogos do Mundial de Futebol são proibidas em espaços públicos como restaurantes e esplanadas.
Este ano, as festas de Lisboa vão contar com um ecrã gigante e uma esplanada no Parque Mayer, criados precisamente para esse efeito. Se a intenção da Sport Tv for avante, a participação do espaço nas festas da cidade ficará reduzida aos concertos planeados para o Teatro Variedades.»
Jornal: Metro
Lisboa, 22 de Maio


Ao ler esta segunda notícia fiquei confuso! É a FIFA que proíbe a exibição em recintos públicos, como está em cima reportado, ou é afinal de contas, a Sport Tv que vai usar os seus direitos de exibição pública?!
Neste Portugal promíscuo já nada me espanta, agora pressinto que a Sport Tv junto das autoridades competentes (que funcionam numa celeridade inacreditável aquando pressionados por empresas deste calibre e provam a sua ineficaz existência), indague a que não sejam transmitidos os jogos do Mundial de Futebol em todos os espaços públicos deste nosso Portugal.
Isto promete, pois volto a repetir, que a lei portuguesa, é clara nesse aspecto, pois desde que não tenha um custo associado ao visionamento, a transmissão em espaços públicos, é regular.
Estou descontente, com a empresa que faz parte do Grupo PT (e em que o Estado (ainda) possui uma Golden-Share), pretenda capitalizar ao absurdo uns obscuros direitos adquiridos...

João Pinheiro da Costa

quarta-feira, maio 10, 2006

A inalterável palavra do Estado

Já que não existe oposição político-partidária neste país, façamo-la nós. É algo nefasto para a saúde da nação, a inexistência de uma contra-argumentação, mas de grande verosimilhança, mas não vamos abordar quais as razões que conduzem a tal lacuna.
Avançando, hoje vieram a público duas noticias feridas de uma gravidade enorme, que são um símbolo claro de uma má governação. Primeira noticia foi o recuo do Ministro da Saúde, Correia de Campos, face ao encerramento da Maternidade de Lamego.
O senhor na véspera assumiu que a maternidade iria fechar, no dia a seguir, anuncia que vai-se manter aberta. Ora, andamos a brincar aos países, aos políticos e ás mães?
E a fundamentação do não fim do bloco hospitalar ainda é mais ridícula, visto que o Sr. Ministro vem anunciar que o Município se dispõe a pagar a médicos especialistas para colmatarem as actuais falhas existentes, que, segundo o mesmo ministro, são falta de pessoal especializado, designadamente, médicos.
Primeiro, vamos encerrar uma maternidade por falta de dois ou três médicos especialistas?! Acho estranho… Segundo, o Ministro não falou com o Presidente da Câmara antes de anunciar o encerramento da maternidade?! Acho que o presidente até é socialista… no mínimo revela alguma da incapacidade do Dr. Correia de Campos, pelo menos no tocante à comunicação.
E depois os políticos querem obter credibilidade, quando a palavra de um ministro está varia de acordo com a existência dois ou três médicas numa “terriola” ali para os lados do interior.
Depois da maternidade de Lamego, outro facto interessante que hoje aconteceu foi o da refinaria do Patrick Monteiro de Barros. Eu sei que somos portugueses, mas não nos queiram considerar por defeito todos estúpidos. Se não vejamos, o governo assina um acordo com o empresário, acordo que em muito, segundo o executivo, vai ajudar a situação económica do pais e… Porém, tal acordo, uns meses depois, já não é benéfico. Como é que há poucos meses eram um óptimo investimento para Portugal e agora já não o é, a situação alterou-se assim tanto?
Quem me vier dizer que o Monteiro de Barros é um malandro, como diz o Eng. Sócrates: que “está a vender gato por lebre”, não me atire areia para os olhos. E somente por duas razões. Primeiro, no negocio jurídico celebrado entre Portugal e o Sr. Patrick ficaram delineados quase na totalidade os pontos principais da questão, faltando somente limar algumas arestas. Em segundo, o Estado português, pessoas colectiva publica de boa fé, vai obrigar-se, isto é, vai assumir obrigações, sem saber em que condições?! O estado assina um protocolo sem conhecer, sem saber muito bem no que está a comprometer-se?!
Como resultado final, obteve-se mais uma vez o estado a voltar a trás na sua palavra, dando o dito por não dito. Isto é que é ter credibilidade. Viva o Estado, que é uma pessoa de bem…e na qual todos devemos confiar…

P.S- Não se esqueçam que é o Estado e estes tipos todos cheios de qualidade e de credibilidade que estão a gerir a vossa reforma. Isto é, o facto de vocês terem ou não uma velhice minimamente calma e tranquila depende da seguríssima credibilidade do Estado. Pode ser que daqui a uns tempos escreva alguma coisa sobre o facto de o Estado dizer que não vai cumprir o que prometeu no tocante ao pagamento de pensões… e olhem que alguma coisa já Ele fez neste sentido.

sábado, maio 06, 2006

Congresso extraordinário do CDS-PP

Só quero informar todos os companheiros de país que vão passando por aqui, que está a decorrer, na bonita cidade da Batalha, o congresso extraordinário do CDS-PP.
Mais importante que a própria configuração subjectiva que este encontro centrista encerra, está em discussão o futuro da oposição – de direita - ao Governo liderado pelo Eng. Sócrates.

A não existência de uma força de contraposição ao executivo é algo claro, pois só deste modo se explica a tão grande popularidade do nosso Primeiro-Ministro. Apesar de considerar que a actuação do Governo é, num balanço geral, positiva, penso que a existência de uma oposição fiscalizadora, interventora e inovadora é fundamental para o bom desenvolvimento do país e da vida política.

Assim, e constatando que a maior lacuna de oposição se encontra à Direita do executivo, deposito grandes esperanças no congresso dos Democratas-Cristãos e na eleição de um líder capaz de ocupar um espaço, actualmente vazio, de um partido de matriz de direita e com grandes preocupações sociais.

Sinceramente desejo que na Batalha se proceda à reeleição de um novo líder, por exemplo o João Almeida. Um líder que traga para a discussão pública questões própria da direita, como os problemas sócias, como o emagrecimento de Estado, como a tão grande clivagem social… temas que sem uma oposição viva ficarão esquecidos na gaveta da indiferença, conduzindo a um aumento da popularidade do PM.

E tem de ser um partido de Direita a chamar a si tal desafio, pois na nossa esquerda ninguém, repito, ninguém tem credibilidade para o fazer. Quem é que ainda ouve o Doutor Louça a falar de desemprego? Todos sabemos que são só demagogias. Quem é que ouve o Jerónimo de Sousa a falar dos Direitos dos Trabalhadores? Antes do senhor falar já sabemos qual vai ser o conteúdo do discurso, arrisco a dizer que já sabemos quais vão ser as palavras que o secretário-geral do PCP vai proferir e ordem.

Tem de ser um partido, um partido de direita, com um líder forte e activo, inserido num grupo com vontade e desejo de trabalhar a liderar o rumo da nossa oposição, saindo deste marasmo existente. Por isso, espero que neste congresso extraordinário saia vencedora a Moção do João Almeida, sendo, depois, nomeado um líder como o Telmo Correia ou o Pires de Lima. Porém, se o João Almeida ficar como Presidente dos centristas não auguro nada de negativo…

quinta-feira, maio 04, 2006

Triste Mundo Este

Sinto-me triste com o que alguma humanidade anda a fazer, designadamente lá para o outro lado da América – que não a do norte -. E unicamente com o intuito de exteriorizar e partilhar este meu funesto sentimento com o meu camarada de blog, e com todos aqueles que “perderem” um pouco do tempo da sua vida numa fugaz passagem por aqui, surge este texto.

Como parte activa de um país membro do mundo civilizado sinto-me ofendido, como homem de bem e de mínima inteligência sinto-me ferido, como estudante de direito e, espero eu, futuro jurista estou perplexo com o sucedido na Bolívia.

Esta semana é de luto para todos aqueles que lutam pela existência de uma comunidade de Estados de Direito, respeitadores dos interesses e direitos legítimos de cada um e de cada entidade. Quem acredita, como eu, que a evolução e o progresso SÓ se atingem enveredando pelo caminho da democracia e da liberdade, senão não vale o esforço, fica horrorizado por saber que em pleno século XXI ainda se fazem, vejam bem, nacionalizações.

Pior, os principais prejudicados com a nacionalização das industrias ligadas ao gás e ao petróleo vão ser os cidadãos bolivianos. Porque, para além de terem um líder que padece de muitas e variadas patologias psicológicas, têm de acarretar com os enormes custos de terem um país que assinou o seu afastamento da comunidade internacional. Quem, depois do sucedido, vai investir mais um euro ou um dólar na Bolívia? Ninguém…

Mas ainda mais grave, os Bolivianos não dispõem de tecnologia para “produzir” de forma eficiente gás e petróleo, sendo dependentes de países externos (os investidores internacionais, como o Brasil, Fraca, EUA…) que possuem os conhecimentos e os aplicavam nas suas empresas sitas na Bolívia. Deste modo, saindo as empresas, sai, igualmente, a tecnologia.

Conclusão, para além de um golpe duro nos direitos fundamentais, o Presidente-Índio – do qual me abstenho de dizer o nome – vai conduzir, isto é, agravar ainda mais, o estado de extrema pobreza existente no seu lindo pais. Por que razão? Simplesmente por ser um populista odioso, a par dos seus camaradas-presidentes – abstenho-me, novamente, de citar nomes -.

Poderia continuar a desvelar repercussões negativas que a nacionalização das empresas exploradoras de gás e petróleo vão desencadear, nomeadamente, o aumento exponencial da corrupção, a economia de cartel, o favoritismo dos amigos, a perda d influencia internacional....

É triste existirem governantes assim, mas é o Mundo que temos.